segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pensadores da Educação

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Competências e Habilidades - Por: Vasco Moretto

 

O termo competência tem recebido vários significados ao longo do tempo. Percebo que em certos momentos algumas palavras assumem o significado de paradigma, e isto tem ocorrido com as palavras: competências e habilidades, apesar de que atualmente parece haver uma idéia comum de competência.
Mesmo assim, sinto que precisamos ainda, clarear o real significado de termos tão usados por nós educadores. Me vêem a mente algumas questões como:
Devemos dizer educar para competências ou educar por competências? A expressão "habilidades e competências", que sentido tem? Afinal que significado têm estas palavras?
Se observarmos o funcionamento das estruturas intrínsecas do processo educacional como um todo, perceberemos que a organização escolar estrutura-se em função das respostas dadas a estas perguntas, isto é, em torno da idéia da formação do sujeito para resolver situações-problemas do dia-a-dia, que envolvem diferentes graus de complexidade.
Estudiosos contemporâneos, afirmam, que as transformações pelas quais a sociedade está passando, estão criando uma nova cultura e modificando as formas de produção e apropriação dos saberes. Por isto competências e habilidades ganharam destaque nos debates atuais, pois fazem referências simultâneas ao cotidiano social e educacional.
Segundo o professor Vasco Moretto, um dos sentidos de competência aflora na utilização da palavra no senso comum quando utilizamos expressões como "vou procurar um dentista, mas quero que seja competente", ou "meu irmão é um pianista competente". Todas elas têm o mesmo sentido: uma pessoa é competente quando tem os recursos para realizar bem uma determinada tarefa. A expressão isolada "fulano é competente" não tem muito sentido, provocando outra pergunta: "competente para fazer o quê?" Poderíamos dizer que Ronaldinho ( jogar de futebol) é mais, ou menos competente que Guga (tenista) ?
Vislumbrando as varias acepções de competências, parece-me mais lógico o conceito de competência relacionado à capacidade de bem realizar uma tarefa, ou seja, de resolver uma situação complexa. Para isso, o sujeito deverá ter disponíveis os recursos necessários para serem mobilizados com vistas a resolver a situação na hora em que ela se apresente. Educar para competências é, então, ajudar o sujeito a adquirir e desenvolver as condições e/ou recursos que deverão ser mobilizados para resolver a situação complexa. "Assim, educar alguém para ser um pianista competente é criar as condições para que ela adquira os conhecimentos, as habilidades, as linguagens, os valores culturais e os emocionais relacionados à atividade específica de tocar piano muito bem" (Moretto).
A competência é "portátil", por si só não é amarrada, tem de ter flexibilidade. Nesta analise, a idéia de competência é: "como me viro diante de uma situação complexa? A pessoa que realmente adquiriu uma competência tem condições de resolver este tipo de situação com criatividade. Assim, a metodologia com relação a competências precisa dar conta de situações novas. O trabalho em grupo e a pedagogia de projetos estão se destacando como facilitadores para uma nova metodologia. Porem, nem o professor nem o aluno estão preparados para trabalhar com a pedagogia de projetos. Para os educadores o entrave é trabalhar com as deficiências que os alunos trazem, independentemente do que eles têm de saber; Outra dificuldade que nós educadores temos é a de não termos sido educados para isso. Repetimos na nossa ação o modelo pelo qual fomos educados. A excessiva ênfase na compartimentalização em disciplinas é uma das coisas que dificultam o desenvolvimento de competências. Tanto o ensino fundamental quanto o médio têm tradição conteudista. Na hora de falar de competência mais ampla, carrega-se no conteúdo. Não estamos conseguindo separar a idéia de competência de conteúdos, a escola traz para os alunos respostas para perguntas que eles não fizeram: o resultado é o desinteresse; As perguntas são mais importantes que as respostas.
Em decorrência, será necessário também uma mudança no conceito do que é ensinar. O professor é um elemento chave na organização das situações de aprendizagem, pois compete-lhe dar condições para que o aluno "aprenda a aprender", desenvolvendo situações de aprendizagens diferenciadas, estimulando a articulação entre saberes e competências. Em lugar de continuar a decorar conteúdos, o aluno passará a exercitar habilidades, e através delas, a aquisição de grandes competências ou seja desenvolvendo habilidades através dos conteúdos. Caberia então aos professores mediar a construção do processo de conceituação a ser apropriado pelos alunos, buscando a promoção da aprendizagem e desenvolvendo condições para que eles participem da nova sociedade do conhecimento.
Neste contexto definimos o papel do educador: aquele que prepara as melhores condições para o desenvolvimento de competências, isto é, aquele que, em sua atividade, não apenas transmite informações isoladas, mas apresenta conhecimentos contextualizados, usa estratégias para o desenvolvimento de habilidades específicas, utiliza linguagem adequada e contextualizada, respeita valores culturais e ajuda a administrar o emocional do aprendiz. E o ato de ensinar como o processo que proporciona a aquisição de recursos que possam ser mobilizados no momento em que situações-problema se apresentem.
Poderíamos dizer que uma competência permite a mobilização de conhecimentos para que se possa enfrentar uma determinada situação, uma capacidade de encontrar vários recursos, no momento e na forma adequadas. A competência implica uma mobilização dos conhecimentos e esquemas que se possui para desenvolver respostas inéditas, criativas, eficazes para problemas novos.
O conceito de habilidade também varia de autor para autor. As habilidades são inseparáveis da ação, mas exigem domínio de conhecimentos. As competências pressupõem operações mentais, capacidades para usar as habilidades, emprego de atitudes, adequadas à realização de tarefas e conhecimentos. Desta forma as habilidades estão relacionadas ao saber fazer. Assim, identificar variáveis, compreender fenômenos, relacionar informações, analisar situações-problema, sintetizar, julgar, correlacionar e manipular são exemplos de habilidades.
Sabemos que é necessário educar para competências, mas como fazê-lo ?
Torna-se necessária uma revisão daquilo que é desenvolvido em sala de aula, através da contextualização e da interdisciplinaridadecontextualização e a intercalação dos diversos conteúdos dentro de uma mesma disciplina explicita a interdisciplinaridades. Isto imprime significados e relevância aos conteúdos escolares favorecendo uma ruptura com as práticas tradicionais e o avançar em direção a uma "educação competente", pluralista, em rede, harmônica, flexível, aberta e processual.

Para conhecimento:

Vasco Moretto aponta cinco recursos para resolução de situações complexas:
a) o conhecimento de conteúdos relacionados à situação; b) as habilidades (saber fazer) para resolver a situação; c) o domínio das linguagens específicas relacionadas ao contexto; d) a compreensão dos valores culturais que dão sentido à linguagem e que torna a situação relevante no contexto, e e) a capacidade da administração do emocional diante do problema.
E as diretrizes do MEC explicitam 5 competências:
  • domínio de linguagens
  • compreensão de fenômenos
  • construção de argumentações
  • solução de problemas
  • e elaboração de propostas

OUTRAS VISÕES DE COMPETÊNCIA:
- A competência é o que o aluno aprende. Não o que você ensina. Jamil Cury/CNEB
- Competência é a capacidade de mobilizar conhecimentos, valores e decisões para agir de modo pertinente numa determinada situação. Competências e habilidades pertencem à mesma família. A diferença entre elas é determinada pelo contexto Em resumo: a competência só pode ser constituída na prática. Guiomar Namo de Mello
- Competência -"qualidades de quem é capaz de apreciar e resolver certos assuntos". Ela significa ainda habilidade, aptidão, idoneidade. Muitos conceitos estão presentes nessa definição: competente é aquele que julga, avalia e pondera; acha a solução e decide, depois de examinar e discutir determinada situação, de forma conveniente e adequada. É ainda quem tem capacidade resultante de conhecimentos adquiridos. Dicionário Aurélio
- Competência em educação é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos - como saberes, habilidades e informações - para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações. Philippe Perrenoud
- Competência é mais do que um conhecimento; Ela pode ser explicada como um saber que se traduz na tomada de decisões, na capacidade de avaliar e julgar. Lino de Macedo
- Conceito de competência, já claramente exposto nas Diretrizes e bem repetido aqui pelo Professor Cordão, envolve muito mais que acumular conhecimento, desenvolver habilidades e introjetar valores. O sentido é muito importante: não é uma soma de valores, de conhecimentos, de habilidades. É a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação esses componentes, para um desempenho eficiente e eficaz. Então, valores, conhecimentos e habilidades são componentes que, por si sós, não são a competência. Bahij Amin Aur - Conselho Estadual de Educação de SP
- Competência: "o saber em acção" ou "o agir em situação". DEB (2001): Currículo nacional do Ensino Básico Competências Essenciais; Ministério da Educação, Departamento da Educação Básica, Lisboa.
- A idéia de competências tem três ingredientes básicos. Primeiro: relaciona-se diretamente à idéia de pessoa. Você não pode dizer que um computador é competente; competente é o seu usuário, uma pessoa. Segundo: a competência vincula-se à idéia de mobilização, ou seja, a capacidade de se mobilizar o que se sabe para realizar o que se busca. É um saber em ação. Aliás, da má compreensão deste aspecto vem outra crítica, a de competência como mero saber fazer algo. Agir é mais do que fazer. Nilson Machado
- Um conceito de competência pode ser apresentado como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes demonstrados pela pessoa na realização de uma tarefa. Dizemos que somos competentes numa atividade quando esse conjunto de comportamentos apresentados resulta no sucesso para a realização daquela atividade. Harber
- Competências se desenvolvem em um contexto. Aprender, fazendo, o que não se sabe fazer. Philippe Meirieu

Para pensar:
- A quem compete facilitar o desenvolvimento de competências ?
- O que é ser competente ?
- Nós queremos desenvolver competências sob que ótica: a do capital, a do saber escolar, a da vida?
- Quais as grandes mudanças por parte do professor e do aluno no ensino atual e no ensino para competência?
- A competência valoriza o profissional?
- O que o aluno ganha com isto?


Bibliografia:
BRASIL, MEC. Em Aberto (Currículo: referenciais e tendências). INEP, Brasília, N.º 58, abril/jun. 1993.
COLL, César et alii. Os Conteúdos na Reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes, Porto Alegre, Artes Médicas, 1998
JANTSCH, A. P. e BIANCHETTI, L. (Orgs). Interdisciplinaridade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995.
MORETTO, Vasco P. Construtivismo, a produção do conhecimento em aula. 3ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
MORIN, Edgar. Sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cotez,2000.
PERRENOUD, Philipe. Construir as competências desde a escola, Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.


http://blogdaprofalenice.blogspot.com.br/2011/05/competencias-e-habilidades-por-vasco.html



 

____________. Dez novas competências para

Conselhos importantes de Içami Tiba


 

Enviado pela prof. Laura Maria Gomes.

Palestra ministrada pelo médico psiquiatra Dr. Içami Tiba, em Curitiba.

1. A educação não pode ser delegada à escola.
Aluno é transitório. Filho é para sempre.
2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo.
Não se pode castigar com internet, som, tv, etc...
3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser passar o dia todo em hospital de queimados.
4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real.
Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.
5. Informação é diferente de conhecimento.
O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa.
Não são todos que conhecem.
Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.
6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais.
Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente.
7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome .
Se ela quiser comer, saberá a hora.
E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.
8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.
9. É preciso transmitir aos filhos a ideia de que temos de produzir o máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.
10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente.
11. A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de vista sexual.
12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso da droga . A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo'.
13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.
14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão suspensas, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.
15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.
16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade.
17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.
18. Muitas são desequilibradas ou mesmo loucas. Devem ser tratadas. (palavras dele).
19. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que engolir também.
20. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer e reencarnar. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.
21. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.
22. Pais e mães não pode se valer do filho por uma inabilidade que eles tenham. 'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'. Pais têm que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível pagarem para falar com o filho que mora longe.
23. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.
24. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.
25. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (KWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.
26. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.

Frase:
"A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a igreja, não vai buscá-lo na cadeia..."



" As pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros.
Levo-as no coração"
Dom Hélder Câmara